terça-feira, 13 de setembro de 2011

"EL MORRO", EU ACREDITO

Nesta semana, vem a notícia de que Santiago “Morro” Garcia voltou aos treinos, passando a ser uma opção de Antônio Lopes, para o jogo do próximo final de semana diante do Figueirense. O Atlético só venceu ao Flamengo, mas já há um sentimento no seio da gente atleticana, de que um leque de esperanças se abre para a continuidade da competição.

E depois das boas atuações de Guérron, cogita-se que o mesmo possa acontecer com Morro Garcia. Devidamente recuperado da contusão, a maior contratação da história do futebol paranaense, pode efetivamente dar as alegrias que a torcida atleticana merece.

Particularmente acredito no futebol do uruguaio. Não se trata de um mico como alguns apressadinhos passaram a alardear, notadamente aqueles, que na latinha, têm simpatia por outras cores. Morro Garcia, na verdade, foi fritado pela gestão temerária de Renato Gaúcho no comando técnico atleticano e pelas próprias dificuldades que o clube carrega ao longo do ano.

Entendo que, se houve ousadia com relação a contratação de Morro Garcia, indubitavelmente houve amadorismo por parte da direção atleticana ao conceder ao uruguaio, nessa fase de grande ebulição, o privilégio de jogar com a camisa 20 e não dar um freio ao treinador Renato Gaúcho.

Diriam que 20 era apenas um número. Mas a coisa foi bem mais profunda. Ora, o Atlético Paranaense não adota o sistema de numeração fixa e sim, o tradicional de 1 a 11. Ao conceder a Morro Garcia tal privilégio, com certeza, a diretoria deu margem a ciumeira por parte dos demais atletas. Por que Morro teria que ser diferenciado? Outros jogadores teriam este privilégio de jogar com números distintos? Possivelmente não. Com tal privilégio, o uruguaio, acabou sendo escanteado pelos próprios companheiros, fato que ficou nítido no jogo diante do Botafogo, em que o atacante fez seus únicos dois gols com a camisa atleticana. Nos gols, Morro acabou comemorando praticamente de forma solitária. Lembro ter visto na comemoração, apenas dois singelos tapinhas nas costas, se me recordo bem, de Marcinho num dos gols e no outro de Kleberson.

Lembrem, que o treinador Renato Gaúcho, que se dizia psicólogo, passou a substituir o jogador em rigorosamente todos os jogos. O time não vinha bem e Morro também não tinha boas atuações. Visivelmente tenso e nervoso, o jogador não conseguia fazer nenhuma boa jogada. Para colaborar, em suas entrevistas pós jogo, o treinador repetidas vezes afirmava que precisava de um centro avante, pois Morro não tinha base, demonstrando ainda uma má vontade absurda com o garoto. Não bastasse isto, durante os jogos, a cada bola perdida por Morro, o polêmico treinador esmurrava a proteção do banco de reservas. Por essas e outras, Morro entrava em campo nervoso, tenso, querendo acertar, mas já sabia, que Renato o substituiria. Não tinha como produzir.

Aos 20 anos, numa terra estranha, onde pouco ou quase nada conhecia do idioma, o garoto do Uruguai, procurava concentrar no mesmo quarto de Guérron pra poder dialogar, conversar, compreender mais as coisas da terra, do Atlético. O famigerado treinador Renato Gaúcho, contudo, se julgando professor de Deus e psicólogo, retirou o jogador do quarto.

Como corolário das ações do treinador, o nervosismo indiscutível do jogador, o fez perder um gol de forma inacreditável diante do São Paulo. Com o gol perdido, a tristeza, a decepção e daí pra frente, sobreveio a improvisação absurda, ridícula, bizarra e infeliz do jogador Fransérgio no comando do ataque. Não restou a Morro então, outra alternativa, que não o departamento médico. Acredito que o atleta até teve problemas médicos, mas o afastamento, o distanciamento do comando daquele treinador, foi providencial.

No próximo domingo, Morro Garcia poderá estar de volta. Tomara não mais lhe dêem a camisa 20, para que ele fique igual a todos, no mesmo patamar. Acredito muito neste jogador, que ainda não conseguiu render o que dele se espera, podem ter certeza, por conta da ridícula ação do treinador Renato Gaúcho, da imprensa, da inércia da diretoria e da própria situação que o clube vinha e vem ostentando. Com a tranquilidade que Lopes deve lhe passar, Morro Garcia poderá fazer os gols que o Furacão precisa.

Um jogador, que foi artilheiro do campeonato uruguaio, jogando pelo Nacional, um dos maiores clubes das Américas, certamente tem seu valor, sua qualidade. Claro que ele tem ainda muito que aprender, mas que sabe jogar, isso é indiscutível.

Em El Morro, eu acredito.

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